segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Teimando em bater!

Não... meu saudosismo não melhorou. Continuo de mau-humor. Só vai melhorar quando o carnaval e o verão aí acabarem. Até parei de assistir Jornal Nacional pra não saber de nada. Hahaha. Tô quase abandonando O Globo também. É sério.

Terça foi dia de programa na rádio e esse mês está obviamente sendo dedicado ao nosso contagiante sambinha. E em imaginar que um ano atrás eu tava aí no Bola preta, Troça, Céu na terra, Boi-tá-tá,... Aproveitaê, mas não falem sobre isso comigo durante as próximas 2 semanas porque tô sensível! Hahaha. Coloquei Cartola, Paulinho, Dona Ivone, Chico, Clara,... Que delícia! E os ouvintes curtiram porque o programa chegou a bater 382 (exatos!) ouvintes. Recorde na Pulse FM! Nada mal!

No resto da semana fui visitar meu kamará McIntosh no hospital. Ele tá internado lá há mais de 2 semanas e os médicos ainda não conseguiram identificar a causa pra perda de peso e febres constantes, mas ele, apesar de fraco, tá lúcido e comunicativo como sempre. Na verdade, o que é mais louco nessa história é que nem eu nem ninguém sabia onde ele estava até então. Resumindo, já muito preocupado eu resolvi ligar pro único hospital que conhecia aqui, porque fui num pub em frente, pra ver se ele estava e não deu outra. O cara já tava lá há mais de 10 dias sozinho... Ele tava meio envergonhado em se expôr tanto, mas agora ele tá feliz que os amigos estão presentes. Torçam aê pelo garoto!

João Brant, Henrique e meu xará Leo Weller são sambistas de primeira e fizemos nosso primeiro pré-carnaval no sábado na casa do Pedro. Foi elegante demais! Apesar de curtir muito, samba nunca foi minha praia pra cantar porque sou mais do rock pra tal, mas depois de umas cachacinhas soltei o gogó um pouquinho. Foi gostoso. Tava precisando dar uma liberada pela semana pesada no hospital. Os amigos gringos ficaram impressionados com a musicalidade brasileira. Professor João fez bonito de mestre sala dando aula de dança pros mocinhos e mocinhas. Cantei e bambei demais! Mano Anderson chegou tarde, mas não falhou em assumir a viola com a banda do Zé Pretinho pra animar a festa. E só deixamos o sambar morrer lá pelas tantas!

A festinha serviu de concentração porque os peladeiros tiveram que pular da cama pouquíssimas horas depois pra Copa do Mundo da LSE. Eu, João, Henrique, Pedro, Marcelo, Leo Silva, Sandro, Anderson e Salvo fomos a Berrylands ainda bêbados pra representar a nação. O duro é que o tempo tava horroroso demais com muito frio e muita chuva. Desculpas à parte, foi bacana termos jogados todos juntos e conseguimos morrer nas quartas, perdendo pr’um bando de moleques turcos que nos deram uma boa corrida. (Entre nós tâmo falando isso, mas, na verdade, o nosso goleiro Sandro resolveu entregar tudo na partida! Frangueiro!) Satisfação rapaziada!

Guga me veio com uma surpresa boa pra segunda: fomos ver Brad Mehldau Trio no Barbican. Meu conhecimento de jazz ainda se limita a Miles Davis, Herbie Hancock, Nina Simone e Tom Waits, mas admito que curto contanto que não seja free jazz demais. Ficamos a alguns metros da banda e o showzinho foi bom demais. O Trio até tá entando no bonde do mestre Johnny Cash, criando novas versões pra canções inesperadas pro gênero, mas eles fizeram bonito com Black Hole Sun do Soundgarden, A Day In The Life dos Beatles e Knife’s Out do Radiohead. Maravilha professor!

Na terça foi Valentine’s Day que é o nosso dia dos namorados daí. É que aqui o santo casamenteiro é outro. Coloquei uns sambinhas mais românticos no programa da rádio e depois todos os solteiros foram se encontrar no pub pr’um brinde de leve. Entre um brinde e outro, os papos desabafos começaram a rolar. Cada um começou a largar aquele pouquinho de tristeza, aquela coisinha que chora, aquele molejo de amor machucado como já dizia mestre Vinícius. Foi praticamente uma sessão de terapia em grupo e que me fez um bem danado. Ou isso ou foram os pints a mais pr’uma terça despretensiosa. Hahaha.

Francois, vulgo Francisco, comemorou seus 30 aninhos na quarta. Fomos pr'um pubzinho em New Oxford Street cujo nome não me lembro agora, mas algo tipo "My Old...". Hahaha. Obviamente que Francisco em sua elegância não ia deixar por menos. Presenteamos o rapaz com uma camisa da seleção, com Francisco e o número 5 - representando os amigos - nas costas. Bonito. Aproveitamos ainda o embalo de sábado pra cantar parabéns com cavaquinho e ainda cantar uns sambinhas. Obviamente que pub e samba não combinam e logo pediram pra ficarmos na nossa, mas valeu demais!

Eu fui convidado pra atacar de DJ na Global Crush da LSE na sexta. Foi uma festa beneficente pra levantar fundos pra algumas instituições que a LSE ajuda. Eu tinha me oferecido pra ser o primeiro DJ da noite porque rola muita pirralhada nessa festinha, mas quando cheguei lá mudaram de idéia e quiseram me colocar pra tocar às 23h. Daí pulei fora porque realmente não tava no humor pra isso. Chilique! Hahaha. Daí a sexta prometia ficar mansa, mas acabou me levando pr'um barzinho cubano perto de Waterloo. Lugarzinho simples, com música ao vivo, mas com um clima ótimo. Uma ótima descoberta.

No sábado rolou ataque ao Borough Market mais uma vez com o João e umas amigas nossas. A Bel, amiga da Syl, é chef de restaurante e está se mudando pra cá pra abrir um restaurante brasileiro chamado Mocotó. Ela preparou um jantarzinho à la Gula Gula pros mais chegados na casa do Pedro: cogumelo recheado, salada de folhas e uma massinha. Tinha tempo que não comia um prato sem algum molho na comida. Hahaha. Foí bom demais. Depois rumamos pro Notting Hill Arts Club pr'uma baladinha chamada Brazilian Love Affair, indicada pela Time Out. Essa festa rola uma vez por mês e eu já tinha até recebido e-mails de ouvintes da rádio agradecendo pela dica, mas ainda não tinha ido. O lugar é simples e pé no chão como eu gosto, lembrando até a Casa Rosa em Laranjeiras. Eu esperava que o som fosse mais original com batidas eletrônicas + músicas brasileiras, mas o DJ tocou muita coisa boa.

Hoje recebi as notas de todos aqueles trabalhos que tive que entregar quando voltei da Noruega. Fiquei bastante aliviado porque recebi "mérito" em 2 deles e "distinção" noutro, que foi justamente o que fiz nas côxas quando em 4 dias. Hahaha. É óbvio que fiquei orgulhoso por ter recebido essas notas, mas realmente teria ficado feliz se tivesse recebido um "aprovado" apenas. Eu não estou exigindo muito do meu desempenho acadêmico porque quero aproveitar a experiência de viver aqui sem deixar nada pra trás.

Nesse final de semana tô partindo pra Amsterdã com mais 7 amigos pra dar aquela respirada! Delícia!

Ah! Show de reencontro dos Mutantes com abertura da Nação Zumbi no Barbican? EU VOU! Falta só a Rita Lee confirmar presença até 22 de maio pra casa cair de vez! Luxo! Depois dou mais detalhes.

P.S.: Vou colocar mais fotos ao longo da semana. Tenho que copiá-las dos amigos porque quase não usei minha máquina.

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Dias de fevereiro!

Tenho que admitir que não estava tão saudoso quanto agora da vidinha na nossa terrinha. O motivo é simples e nada dramático: é inverno aqui e é verão aí. Sempre que leio o jornal aqui torço pra que esteja chovendo e muito por aí! Hahaha. Claro que não. Muitos dias desse (primeiro...) inverno londrino tem sido deslumbrantes, com céu azul e sol radiante, mas com aquele friozinho cortante que não lembrava que incomodava tanto. No começo tava charmoso, mas depois de 3 meses cansa. E percebo que é contagiante: a tristeza do inverno cria marcas de sofrimento na cara de todos aqui. É nítido. Tanto que nessa semana por exemplo deu uma esquentada pr’uns 7 graus e geral já tá só de casaquinho! Hahaha. E aquela vontade de colocar o pé na areia escaldante, abrir aquela cerveja de garrafa estupidamente gelada, dar um mergulhinho nesse mar sem fim, sentir o cheirinho daquela chuva de verão,... Pela madrugada!

A maioria das nacionalidades na LSE tem uma sociedade formada por cidadãos legítimos e fãs da nação. A diferença está que nem todas conseguem ter fãs suficiente pra fazer uma festinha bacana e eu diria que, além da brazuca, apenas a mexicana consegue sair bonito. Eles fizeram a primeira festinha do ano na quinta feira e foi boa. Música mexicana não é lá grandes coisas então os caras fazem um pot-pourri de qualquer coisa latina de Shakira à Santana, mas gringo adora ainda assim. Já no setor etílico, em compensação, as Coronas, José Cuervos e mojitos tavam descendo redondamente. Hahaha. Foi mais um bom momento pra celebrar as amizades, principalmente porque Cesar, Jorge e Jose são mexicanos figuraças demais e tavam que nem pinto no lixo na festa.

Tive que ir pro batente logo cedo na sexta na BBC. Tô trabalhando lá às terças e sextas o dia inteiro e daí o estágio se estenderá até meados de abril. Eu achei que assim seria melhor por causa do mestrado, senão acabaria largando tudo e me dedicaria só ao trabalho que tá interessante demais. O projeto que tô desenvolvendo lá é bolar 3 iniciativas de desenvolvimento social utilizando conteúdo pra Internet e telefonia móvel. Algo do tipo enviar informações sobre o tempo via SMS pra fazendeiros no meio da Somália saberem quando fazer a colheita. Essa pelo menos foi minha primeira idéia, mas ainda tenho muito que estudar. Como obviamente estava um lixo pela noite anterior, tomei apenas uns pintzinhos no 3 Tuns e depois rumei pro cantinho pra assistir “Cellular” – pra realmente não pensar em nada – na telinha.

Acordei sábado cedo e rumei pra Yoga. É, comecei o ano me enfiando nessa. Tô fazendo Hot Bikram Yoga, onde a sessão acontece numa sala aquecida aos 50-60 graus pra dar aquela suadeira durante os exercícios. Saio de lá desintoxicado. Depois fui encontrar o Guga, irmão Bernardo e esposa Alessandra no Borough Market pra dar uma caminhada e tomar meu café predileto nessa cidade no Monmouth Café. Expresso duplo! Delícia! Júlia, amiga do João que veio trabalhar aqui por uns meses, nos acompanhou no que acabaram sendo longuíssimas 24 horas. Partimos de lá e fomos caminhando pela beira do rio pra colocar o papo em dia. Guga tem ficado sozinho por aqui porque a Luiza tá fazendo uma turnê com a companhia de dança da Deborah Colker pela Alemanha. Demos uma parada no Tate Modern – aqui na frente – pra nos deslumbrarmos com a vista dos pássaros da cidade. Depois continuamos a andança em direção a London Eye, apreciamos a exibição de fotos ao ar livre do pós-1-ano do Tsunami que foi impressionante – mas não vou pesar isso agora – e paramos pr’um sanduba esperto no Eat pra fazer uma horinha antes de irmos ao National Film Theatre pra encontrar outros amigos do mestrado do Guga.

Fomos assistir “El inmortal”, um documentário sobre uma família de sobreviventes da guerra civil da Nicarágua. Um belo documentário com muitos detalhes que foram bem debatidos por todos no bar do próprio NFT após a sessão. O que mais me marcou foi a intervenção "democrática" – leia-se norte-americana – em todo o conflito e principalmente numa cena onde uma menina de 15 anos estava deixando a família na pequena vila, que lembrava qualquer uma dessas do sul da Bahia, pra ir morar nos EUA com um casal de evangélicos porque a “mãe” achava que a filha precisava ter uma educação melhor pra ser uma profissional de qualidade. Discurso muito bem ensinado, né não? Bom, depois a Gopi nos convidou pr’um jantarzinho no apê dela e o papo, a música e a comida foram rolando solto até... bom, cheguei no meu quarto às 9h da manhã de domingo! Tava com saudades de ver o sol nascer em Waterloo. Hahaha.

Acordei pra dar uma caminhada pelo rio pra aliviar a pressão arterial na cabeça antes de ir com o João assistir “Allegria” do Cirque du Soleil no Royal Albert Hall. Sentamos num lugar ótimo pra apreciar o também ótimo espetáculo. Eles não vinham pra Londres desde 1998 e conseguimos lugar apenas nessa última noite. Valeu demais! Na volta fui amenizar a tremedeira com uma passada rápida no Roebuck que é um pubzinho aconchegante perto de um outro alojamento em Great Dover Street pra fechar bem o final de semana.

Se segura malandro!

quinta-feira, janeiro 26, 2006

Na terra do malte!

Eu, João e Francois fizemos um pacto antes do final do ano de que viajaríamos juntos uma vez por mês pr'um país diferente em 2006. Começamos o ano sem deixar a peteca cair e rumamos pra Edimburgo, vulgo "Auld Reekie" (velha fedorenta) em gaélico escocês por causa de suas muitas chaminés. A idéia foi do João que queria comemorar a segunda parte do aniversário lá. Francois é canadense e estuda com o João no mestrado de direito. Mais um aprendiz do guru, "Francisco" abrasileirou-se naturalmente e virou irmão rapidamente. Já tem lugar cativo comigo e com o resto da rapaziada.

De tempos em tempos me dou o luxo de comer num restaurante melhor, beber irrestritamente na balada, comprar uma roupinha elegante, etc. mas é realmente excepcional pra poder gastar mais com e nas viagens. E ainda bem! Francois também tá no mesmo esquema, mas ele não "tenta" tanto assim descer pro apertado e limitado orçamento estudantil nem aqui e nem lá. Hahaha! Ficamos num quarto triplo no Taylor's Hall, que é um hotel super bem localizado no lado mais notívago do centro da cidade, inclusive tendo como bar o Three Sisters que é uma das melhores baladas de lá. Chique!

Chegamos no começo da noite, despejamos as malas e fomos jantar. Rodamos um pouco e paramos no Biblos pra comer um mexicano e brindar a chegada. Fomos ver qual é do pub da universidade pra tomar uns pints mais baratos. Achei o pub até mais aconchegante do que o da LSE, principalmente pelo roquezinho rolando. É uma satisfação ainda maior ouvir Bowie, Zeppelin, Stones, Beatles, Smiths, etc. aqui nessa terra. Aliás, Edimburgo, pra minha surpresa, é uma cidade extremamente estudantil e musical. Na volta chegamos com o Three Sisters bombando, mas tinha me esquecido por causa de Stavamger dos estritos horários bretãos e a noite acabou rápido demais. Pelo menos ali, porque depois resolvemos encarar a dica de umas amigas espanholas num inferninho de música eletrônica logo ao lado chamado Red - ah, que saudade da Casa Rosa rapaz! - pra fechar dignamente a primeira noite. Gosto muito!

Poucas horas depois, acordamos pra'quele café da manhã escocês com cereais, paês, ovos, linguiças, bacons, etc. pra fazer justiça aos estudantes mal-nutridos. Em seguida, partimos pro histórico Castelo de Edinbrugo que além de servir como fortaleza desde os tempos das guerras medievais também foi lar da extinta família real escocesa e também propicia uma vista panorâmica magnifíca da cidade. De lá paramos pr'um cappuccino com sanduba básico pra encarar a caminhada ao topo do Archer's Seat que é um vulcão extinto há mais de 350 milhões de anos e que fica no meio da cidade. O morro tem cerca de 300 metros de altura e a subida foi dura por causa do frio, mas a vista foi mais uma vez recompensadora. Com isso o dia se foi e paramos pr'um pintzinho hidratante após a descida. Já à noite, seguimos a recomendação de uma amiga americana e jantamos num restaurante norte-africano e mediterrâneo daqueles -o vinho e gin e tônica só não me ajudaram a lembrar o nome nem de lá e nem do pub em frente que fomos em seguida. Hahaha. Mais uma vez encaramos um inferninho-mas-nem-tanto chamado Medina pra terminarmos a noite bem digeridos.

Realmente pouquíssimas horas depois, acordamos pra'quele mesmo café fantástico e antes das 8 da manhã estávamos sentados no ônibus rumo ao norte da Escócia pra conhecer as famosas Highlands com suas gigantescas montanhas e imensos lagos. O guia Peter com seu escocês carregadíssimo e humor ímpar tornou a tarefa fácil. As estórias que ele contava sobre as batalhas entre as clãs e contra o império britânico eram fabulosas e colocava o "Coração Valente" no chinelo, inclusive fazendo várias correções das gafes hollywoodianas do épico. A parte mais bonita da viagem foram as montanhas de Glencoe que realmente respiravam esses tempos difíceis. Loch Ness é enorme e também muito bonito, mas a temática em torno do monstro é tão exagerada que acabei me sentindo turista a ponto de achar aquilo meio sem graça. Na volta tiramos o atraso no sono pra jantar num restaurantezinho elegante com uma bela vista pro castelo e pra cidade. Depois por diaca de uma amiga canadense ainda fomos pr'um barzinho ouvir o fino do jazz ao vivo. Bacana!

Esticamos ainda a segunda na terra do malte e aproveitamos pra fazer um passeio bem gringo pelo museu do whisky. A melhor parte foi ter que já descer uma dose sem gelo - que é crime - antes do meio-dia. Nham! Francois é o que o diga com a quase golfada dele no meio da parada. Pela madrugada! Fora que aí o escocês da guia realmente era indecifrável! Hahaha!


Voltei realizado demais por ter começado o ano com essa viagem com João e Francois. Foram dias e noites de papos e mais papos altamente calorosos. Do jeito que eu gosto e muito. Um brinde meus camaradas: à primeira de muitas!

P.S.: Esqueci de falar outra parada no diário de bordo anterior. Demos pro João uma camisa do Tottenham com o nome dele nas costas (J.Marcelo) com o número 4 (eu, Francois, Santiago e Pedro) e ainda a faixa de capitão que o cara "teve" que usar a noite inteira na festa dele. Satisfação!

P.P.S.: Só pra deixar registrado também que preparei esse aqui sem pressa ouvindo o showzaço do Pearl Jam na cidade maravilhosa. Como eu queria ter ido a esse show aê! Coisa linda!

Demorô vai ser melhor!

segunda-feira, janeiro 16, 2006

De volta ao samba!

Não tive nem tempo pra ficar deprimido após a volta de Stavanger. Já tive que entrar no batente no mesmo dia que cheguei em Londres. Eu tinha três trabalhos pra entregar até sexta na LSE e os quatro dias foram movidos a muito, mas muito café e pouco, mas muito pouco sono mesmo porque só tinha conseguido fazer um e meio em Stavanger. Delícia! No final deu tudo certo como sempre e pude comemorar o aniversário do João na sexta com a consciência tranquila. Parabéns mais uma vez guru! Tâmo junto! A rapaziada se encontrou no pub da LSE mesmo pra ocasião especial e foi ótimo revê-los e ouvir suas histórias de viagem do final do ano. A maioria voltou pra casa, mas alguns fizeram viagens inspiradoras e me deram idéias de lugares pra conhecer. Depois do pub fomos pr'um barzinho elegante chamado Fuel em Covent Garden e fechamos a noite na pista. Gin e tônica é a poção gummy dessa terra! Nham!

Sábado amanheceu com aquela garoa nublada londrina e daí pude ficar na cama sem culpa alguma e só levantei pra ir pro Imperial War Museum no finzinho da tarde com o Hermann pra ver a exposição sobre o Holocausto. Muito pesado... Programa perfeito pra quem tá deprimido pensar um pouco sobre a própria importância perto do que essas pessoas passaram. Não apenas os judeus, mas os povos cujos países também foram invadidos e destruídos pelos alemães. Ainda não tinha visto uma exposição pelo ponto de vista europeu. Foi um aprendizado. À noite fui tomar algumas garrafas de pinot chileno no Vinopolis do Borough Market, onde aliás vou começar um curso de degustação de vinho. Coisa de bicha, eu sei, mas é que gosto tanto da fruta que acho que tá na hora de entender um pouquinho melhor do assunto. Ou não? Hahaha.

Felizmente o ano começou com várias notícias boas. Primeiro, consegui o tão desejado estágio na BBC World Service Trust. Recebi a notícia na véspera do Natal, mas só soube o que farei lá nessa semana. BBC WST é o braço da BBC que trabalha com pessoas em países em desenvolvimento pra melhorar a qualidade de suas vidas através de iniciativas em mídia. A vaga que consegui é na área de estratégia e desenvolvimento de novos produtos com foco em novas mídias. É exatamente a minha experiência, mas com o objetivo de desenvolvimento social que passei a querer. Começo em fevereiro e espero conseguir mostrar resultados pra continuar depois. Tô amarradão! Principalmente porque gostei muito do primeiro contato com minha chefe que pareceu ser muito competente. Sou chato demais com isso! Hahaha.

Segundo, a revista trimestral da LSE de idéias e opiniões dos alundos chamada The Script publicou um artigo que escrevi sobre o resultado do referendo de armas no Brasil. Estava bastante inconformado com o quê os analistas de mídia daqui vinham falando sobre o resultado ter sido fruto do baixo nível educacional brasileiro. Ainda assim, quem diria que até nisso me enfiaria por aqui. É o tal ócio criativo, né? Hahaha. É que na LSE cada um dos alunos acaba meio que virando um representante do seu país na ONU. De repente negozinho vira do nada e pergunta sua opinião sobre um assunto e espera uma resposta convincente sua. Curto demais essa racionalidade crítica.

Nessa semana não tirei fotos obviamente porque nem do quarto saí literalmente, então resolvi colocar mais algumas de Stavanger. Final de semana que vem tô indo com João e Francois pra terra do malte e das chaminés em Edimburgo!

Tá claro pra mim professor!

segunda-feira, janeiro 09, 2006

Dando sequência na vida!

Eu tenho uma relação bastante sentimental com a última semana do ano que está pra ficar pra trás. Natal pra mim tem o compromisso do reencontro com a família, da valorização das gerações, do abraço fraterno. Já o Reveillon tem o compromisso da reflexão do que devo deixar pra trás, das vitórias e derrotas, das resoluções, da meditação do que está por vir. Por isso, faço questão de sempre estar no lugar certo, com as pessoas certas. Sereno pra ficar em paz com a vida.

Passei o Natal com a família Nesse. Uma família que faz parte da minha vida desde os 12 anos de idade. Por isso fiz questão de vir pra cá, ao invés de voltar pro Brasil. Natal foi especial demais. Eu "devia" isso a mim e a eles também. A mãe do Rune pediu pra que eu, ele e Kim chegassemos cedo pra todos conversarmos antes da ceia. Sentamos na saleta com vista pro Hafrsfjord branco de neve, acendemos a lareira, abrimos um vinhozinho, fatiamos um fenalor (lombo de cordeiro crú) pra beliscar, queimamos um cigarrinho baiano, músicas natalinas do álbum do coral do King's College que levei pra eles na caixa e entramos no clima. Gosto muito disso. A mãe do Rune preparou um banquete daqueles. Delicioso! Ao longo da conversa durante o jantar, relembramos as aventuras da infância e um sempre lembrava de algo que o outro tinha esquecido. Rimos muito. Rune preparou mais umas caipirinhas com a 51 que tinha levado pra ele e fomos aos presentes. Dentre todos os presentes, Rune e Kim me deram um que simboliza bem nossa amizade: a chave da casa deles. Me arrepio só de lembrar. Os olhos arderam demais. Depois disso, o clima tava tão gostoso que sugeri que dessemos um abraço-família e a idéia foi executada imediatamente. Muito bom... Eles inclusive disseram que isso virará tradição da família. Serei eternamente grato por esse momento.

A rapaziada aos poucos foi chegando, começamos a tocar uma viola despretensiosa, a cachaçinha com mel e limão tava descendo lindamente e o repertório foi rolando. Pouco depois rumamos pra casa do Kjetil logo ao lado pra continuarmos a noite. O clima também tava ótimo e o papo e a cantoria foram rolando fácil fácil. Bom demais. Eu, Rune, Kim, Bernt, Kjetil, Bjorte e Even, e algumas dúzias de loiras sendo geladas in natura do lado de fora da casa. Nham! O tempo estava do nosso lado até às 8 da manhã, com uma caminhada, ainda no escuro, até a beira do fjord pr'uma benção viking antes de batermos na cama. Mais uma vez... Serei eternamente grato por essa noite.

Dia 26 na Noruega ainda é considerado Natal porque é o dia em que todos saem na balada pra comemorar geral. Combinamos um forspill (preliminar) na casa das Normand - Silje, Camilla e Linn - pra encontrar ainda mais amigos de infância. Antes, ainda passei rapidamente na casa dos pais do Glen e também foi ótimo revê-los. A irmã do Glen, minha deliciosa musa de infância Suzette, também tava lá ainda mais linda com o filhinho lindo dela. Glen está bem também, morando em Oslo com a namorada há 3 anos e meio. Pelo menos até eu deixar a Noruega ele ainda estava. Hahaha. Também foi ótimo rever os pais da Silje e o noivo dela no forspill. A história com eles é mais curta porque namorei a Silje no último ano na Noruega, mas eles também sempre me trataram como um filho por ter sido o primeiro namorado dela. Também relembramos os momentos juntos e rimos muito. Depois do forspill, rumamos pro Sentrum, que estava lotadíssimo de vikings bêbados pra apagarmos as luzes do Cementen mais uma vez. Luxo!

Reveillon também teve o mesmo clima delicioso do Natal. Dessa vez foi na casa do Rune e Kim mesmo e convidamos um grupo seleto de amigos - os mesmos do Natal! Hahaha - pr'uma ceia super especial de pinnekjott que o irmão da Mariann, Bjorne, que é chef de restaurante, cozinhou pra todos. Preparamos o mesmo ambiente aconchegante e fizemos o mesmo abraço-família - imediatamente topado mais uma vez - ao final. Muito bom... A festança deslanchou em seguida com mais de 50 cabeças na casa! Muitos amigos que eu ainda não tinha visto, principalmente a rapaziada da natação, vieram celebrar conosco. Foi ótimo! Não tinha ondinhas pra pular, areia pra pisar descalço ou oferendas pra Iemanjá, mas passei de branco ainda assim e na contagem regressiva pro ano novo fomos pra rua estourar as champangnes. Que beleza! Eu ainda não tinha pensado bem nas resoluções que faria, mas desci pro fjord sozinho, sentei na beira das águas do Mar do Norte e as resoluções acabaram vindo fácil. Mas isso fica pra outro momento.

Na semana de despedida, fizemos noitezinhas de jogatina regado a cafezinhos com Bailey's - que pelas fotos deu pra ver que fui bem! Hahaha! -, tocamos e gravamos algumas belíssimas músicas juntos pela primeira vez, Kim fez uns rangos deliciosos e emplacamos umas baladas e showzinhos de leve. Otar e Ellen - irmã da Audhild - também fizeram um jantarzinho de despedida na casa deles na penúltima noite. Como diz o Kim com seu jeitinho viking de ser: "Não gosto muito da comida da minha mulher e nem da irmã dela." Hahaha. Mas tava ótimo sim. Otar e Ellen se casarão no final de abril e estarei lá pra prestigiar! Depois de lá rumamos pro Cementen e pra me despedir até às 6 da matina lá. Bom demais!

No último dia, os deuses nórdicos me presentearam com um sol de inverno maravilhoso e rumei com o Rune pr'uma sessão de fotos da cidade ao ar livre. Entre uma caminhada e outra, parávamos pr'um cappuccino medicinal. À noite, mais uns amigos foram pra casa do Rune, tocamos mais uma viola, colocamos um Johnny Cash na caixa e a conversa rolou até altas horas mais uma vez. A melhor parte da nossa amizade é realmente a conversa, o desafio do diálogo franco, da auto-crítica, da exposição dos sentimentos e da pluralidade das idéias. Ao meu ver, é coisa rara de se encontrar, mas que não sei viver sem. Curiosamente até me dei melhor nesse sentido com o Kim, sabia? Bom, depois falarei sobre isso senão acabarei rumando pra outros mares.

Dei uma parada agora pra encher meu copo de vinho e rever as fotos da viagem. Como estou feliz por ter capturado todos esses momentos. O que posso dizer? Foi muito difícil deixar meus irmãos Rune e Kim mais uma vez. Acho que nunca me acostumarei com despedidas. Minha vida tem sido repleta delas. Engoli seco antes de entrar no ônibus de volta. A viagem confirmou mais uma vez que estamos envelhecendo juntos. Nossos infindáveis papos confirmaram que nossos ideais e valores pra vida cresceram pra ser iguais. E ainda fiz novos amigos como a Audhild, Ellen e Ottar e Espen e Sinova. Pessoas adoráveis! Todos tem um espaço cativo aqui dentro. Definitivamente.

Queria agradecer a rapaziada pelo recado deixado no dia do nosso tradicional encontro natalino. Foi uma satisfação enorme ouvir as mensagens saudosas assim que pisei em Londres. Continua gravada na caixa postal. Valeu irmãos!
Como já dizia Rubem Braga, desejo a todos os amigos e familiares um 2006 repleto de virtudes e alguns pecados suaves e bem aproveitados.

É do coração.

terça-feira, dezembro 20, 2005

Em solos nórdicos!

Ó eles aí ó! Que chegada meus amigos... que chegada... O reencontro com a família norueguesa foi emocionante. Depois de quase 7 anos desde a última visita, rever os amigos aqui em Stavanger traz um certo sentimento de conquista. Ter chegado com a família aqui pela primeira vez em 1987 e estar retornando hoje é de uma satisfação ímpar. Com eles é assim: temos 30 segundos daquele desconforto da chegada e depois tudo se encaixa naturalmente.

A outra satisfação é que pela primeira vez vim pra cá com um kamará brasileiro. Desnecessário dizer que o João foi a cobaia - passou 4 dias e está no Brasil agora desfrutando de um belo churrasco depois de uma prainha daquelas imagino eu - e espero que ele tenha gostado de ter conhecido a cidadezinha e os amigos.

A casa do Rune e Kim é a antiga casa dos avós deles e fica em Kampen que é um bairro há 5 minutos a pé do Sentrum. Eles estão morando com as namoradas Mariann - que esteve no Brasil com o Rune na virada pra 2003 - e Audhilde que eu ainda não conhecia e é uma fofinha também. A casinha é bem aconchegante, sempre com muita luz de velas pra ficar no clima, mas o duro é aguentar tomar banho de joelhos na banheira com chuveirinho todos os dias. E, obviamente, é um banheiro com chuveiro na casa inteira. Hahaha.

Na chegada, demos uma relaxada com umas cervejas geladas ao ar livre, colocamos um pouco do papo em dia, entramos na dieta local comendo algumas pizzas de pepperoni com piffi - puro nham! - e depois rumamos ao Sentrum pra nos sentirmos chegados de vez. O presente de chegada, aliás, foram duas garrafas de cachaça, duas de Bailey's e mais um pacote de Marlboro, pra alegria geral dos esportistas. Hahaha. O Sentrum de Stavanger tem apenas casinhas de bares, restaurantes e lojas que ficam ao redor do porto da cidade. Parece impossível, mas nada mudou muito, a não ser pela maior quantidade de restaurantes. Os caminhos continuam os mesmos o que torna a sensação de deja vu uma constante.

Depois de rodarmos um pouco, paramos no Cementen que é um barzinho na beira do porto onde toma-se várias em meio de estantes de livros e mesinhas tipo de café, ouvindo um bom sonzinho cabeça. Seria uma versão da galera de Santa Teresa ou Vila Madá aqui. O melhor de tudo é que aqui os horário são os mesmos no Brasil: não tem nada de bar fechando 11 da noite e vai até às 3 da manhã merrmo.

Acordamos cedo na sexta pra aproveitar o curtíssimo e lindíssimo dia de inverno - tá amanhecendo às 9 da manhã e escurecendo às 3 da tarde - pra vermos a cidade de dia. Apesar do frio, caminhamos bastante à pé pelas ruazinhas e fomos brindados com uma bela nevasca de boas-vindas. Demos uma passada no Metropolis que é um centro de apoio aos adolescentes - financiado pelo governo obviamente - onde o Rune trabalha pra dar uma esquentada. O conceito do centro é ensinar artes audiovisuais para distrair os adolescentes do cigarro e da bebida, já que o frio incentiva muito apesar da repressão do governo. Depois de nos esquentarmos, fizemos um almoço saboroso no restaurante do museu do petróleo. À noite mantivemos o ritmo e fizemos um mini passeio alcoológico - o famoso pubcrawl - entornando um pouquinho em cada um dos bares que fomos: Armadillo, Rod Sjohus, Naloyet, Checkpoint Charlie e finalmente Cementen mais uma vez.

No sábado lutamos pra acordar cedo novamente - só misturamos conhaque, cerveja, sambuca, cachaça e vinho - pra fazer o passeio de dia e coberto de neve no Sentrum que estava lotado de vikings como sempre. Tomamos café da manhã numa konditeri, vulgo padaria, em frente a Kulturhuset, e rodamos um pouco. Mais pra noite - às quatro da tarde! - passamos num restaurante takeaway de comida tailandesa pra nos prepararmos pra noite. Kjetil e Even juntaram-se a nós pro forspill - o famoso esquenta - na casa do Rune, onde colocamos mais papo em dia tomando chá com Amarulla e café com Bailey's. Tentamos entrar no Hall Toll que é a boate elegante da vez aqui da cidade e acabamos no Gossip que é tão elegante tanto, mas um pouquinho mais jovem, assim por dizer. Hahaha. Ainda assim, valeu pelos showzinhos particulares - literalmente! - da noite. A música era boa demais! Hahaha.

No domingo ainda demos uma rodada de carro por outros cantos da cidade. Fomos pro "Sumaré" onde ficam as antenas de rádio e TV da cidade pra curtir a vista das gaivotas, depois passamos nas 3 espadas da independência na beira do Hafrsfjord e fomos ver o mar do norte de perto na praia de Sola e arredores. No caminho pra casa dos pais do Rune fomos ao shopping center Kvadrat pra esquentar um pouco. O primeiro encontro com Inge Berit e Willy foi rápido, mas também foi ótimo, pois eles sempre foram meus segundos pais aqui de tanto que eu e Rune andávamos juntos. Fora o Inge, irmão mais novo e que já é pai, que agora não é mais moleque com 23 anos. Tivemos que rumar rapidamente ao Sentrum pra encontrar a Mariann no restaurante onde ela trabalha pro jantar de despedida do João. O clima do restaurante que é um pouco mais pra chique é ótimo e tava inclusive tocando bossa por influência da ida da Mariann ao Rio. Elegante! Pra terminar a jornada, paramos no Tango pra tomar as últimas caipirinhas - que agora tá na moda aqui - do dia. O duro é que é com Pitú! Pela madrugada!

Ha det godt vennen min!

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Entrando no clima!

Eu acho que tô virando londrino. Sabe por quê? Porque eu já tô achando que 10 graus tá calor pracaraí! Hahaha. Eu vou dar uma amontoada nessas duas últimas semanas que passaram porque senão não vou chegar "hoje" nunca aqui no diário de bordo. É que os trabalhos da LSE tão pegando e já viu né?! ;O)

A semana começou com um presente surpresa de aniversário dos amigos argentinos Julian, Paola, Shunko e Carolina. Eles me convidaram pra assistir a peça Richard II aqui perto no Old Vic Theatre. A peça é com o Kevin Spacey, além de outros atores famosos locais, e foi muito boa e durou quase 3 horas. O duro foi entender o inglês shakespeariano mais uma vez. Hahaha. Também rolou o primeiro musical "We will rock you" que é imperdível pra quem é fã do Queen, pois a maioria das músicas conhecidas é tocada e bem demais por sinal. O clímax é "Bohemian rhapsody" com a galera toda levantada e cantando. Valeu demais!

Rolou a festinha de aniversário da Cátia no Cheers em Picadilly com a galera dela do curso de inglês. O Cheers é aquele mesmo pub do seriado dos anos 80 e ainda tem exatamente a mesma decoração breguinha. Ainda assim, não deixa de ser curioso pedir uma jarra (!!!) de cerveja no mesmo balcão. Hahaha. O aniversário dela foi bem comemorado com os amigos que eu não conhecia e que estão aqui tentando a sorte, cada um do seu jeito, mas sem perder o bom-humor nato do brasileiro.

O departamento de mídia da LSE fez um evento de fim de trimestre onde foram escolhidos alguns trabalhos pra apresentação pro grupo. Fui chamado pra falar do artigo que escrevi sobre o envolvimento da mídia no resultado do referendo de armas e munição no Brasil. O artigo sairá na The Script que é a revista trimestral de idéias e opiniões da LSE. Como sempre, o interesse que a galera tem pelo Brasil é fascinante e a responsabilidade de carregar a identidade nacional do país é sempre grande, pois é exigido uma resposta pra tudo. Ao invés de estar me tornando mais heterogêneo em termos de nacionalidade - cidadão do mundo -, estou na verdade virando mais brasileiro aqui por causa disso. Depois da apresentação dos cinco trabalhos, rolou m jantarzinho elegante como sempre com vinhozinho pra galera se soltar. Nham! (Um detalhe é que o vinho era da LSE?! Isso mesmo: com a marca da universidade. Vai entender!)

O João agitou uma festinha de arromba na casa dele pra juntar toda a rapaziada que conhecemos aqui até agora e o comparecimento foi em massa com mais de 60 pessoas. Nossos aniversários - eu, João, Pedro e Tessa - até serviram de pretexto, mas a gente faz isso bem demais! Dei de DJ e coloquei um som bem elgante pra galera, começando com o fino da bossa e terminando com "vai passar nessa avenida um samba popular". Toda a macacada brasileira, argentina, mexicana, canadense, italiana, francesa, sul-africana, e por aí vai debaixo do mesmo teto. Gosto muito disso! Levei uma garrafa de 51 e todos morreram em várias caipirinhas. Terminei a noite vendo o sol nascer pela primeira vez nessa terrinha. Não preciso nem falar da onde vi, né não?! Lindo demais!

No último dia de aula na LSE, a rapaziada se encontrou no 3 Tuns pra assistir o sorteio dos grupos da Copa (com C maiúsculo por favor!). Já deu pra ter o gostinho de como a Alemanha vai ficar pequena demais! Parecia final! Eu, Pedro e João atiçamos geral com várias musiquinhas! Hahaha. A Copa começa logo depois da prova final na LSE. Já imaginou como será a comemoração né? Coloca nham nisso!

Pra continuar no mesmo ritmo, eu, João, Francois e Pedro fomos ver uma partida entre Chelsea e Wigan pelo campeonato inglês. Reforçamos o dia no Borough mandando brasa no sanduba de chorizo e mais um wrap de peru com geléia de cranberry que eu vou te falar! Rumamos pra Fulham Broadway onde é o estádio do Chelsea. Tesão demais! O estádio é a verdadeira casa do time. A mega-loja dentro do estádio vendia até um CD com as músicas prediletas de cada jogador do time! E negozinho compra! A primeira visão do gramado a menos de 10 metros de onde ficamos foi privilegiadíssima. Agora, tirando todo esse luxo, a torcida brasileira é o que faz a diferença. Nosso barulho é bom demais! Fora que o jogo em si foi mais uma pelada daquelas. Por isso esses caras nunca vão ganhar nada tão cedo! Libero "my precious"se isso acontecer! Sai fora! Hahaha.

Antes da saideira, queria registrar minhas congratulações ao cada vez mais famoso Guga por ter sido indicado ao prêmio Emmy pelo seu trabalho no "Amazing Race". Infelizmente ele não levou a taça, mas ainda assim foi fino demais! Que privilégio meu nobre! Que venham os leões, palmas e oscars!

É isso aí minha gente! Próxima parada: família Nesse na Noruega!

APRUMAR!