Teimando em bater!
Não... meu saudosismo não melhorou. Continuo de mau-humor. Só vai melhorar quando o carnaval e o verão aí acabarem. Até parei de assistir Jornal Nacional pra não saber de nada. Hahaha. Tô quase abandonando O Globo também. É sério.
Terça foi dia de programa na rádio e esse mês está obviamente sendo dedicado ao nosso contagiante sambinha. E em imaginar que um ano atrás eu tava aí no Bola preta, Troça, Céu na terra, Boi-tá-tá,... Aproveitaê, mas não falem sobre isso comigo durante as próximas 2 semanas porque tô sensível! Hahaha. Coloquei Cartola, Paulinho, Dona Ivone, Chico, Clara,... Que delícia! E os ouvintes curtiram porque o programa chegou a bater 382 (exatos!) ouvintes. Recorde na Pulse FM! Nada mal!
No resto da semana fui visitar meu kamará McIntosh no hospital. Ele tá internado lá há mais de 2 semanas e os médicos ainda não conseguiram identificar a causa pra perda de peso e febres constantes, mas ele, apesar de fraco, tá lúcido e comunicativo como sempre. Na verdade, o que é mais louco nessa história é que nem eu nem ninguém sabia onde ele estava até então. Resumindo, já muito preocupado eu resolvi ligar pro único hospital que conhecia aqui, porque fui num pub em frente, pra ver se ele estava e não deu outra. O cara já tava lá há mais de 10 dias sozinho... Ele tava meio envergonhado em se expôr tanto, mas agora ele tá feliz que os amigos estão presentes. Torçam aê pelo garoto!
João Brant, Henrique e meu xará Leo Weller são sambistas de primeira e fizemos nosso primeiro pré-carnaval no sábado na casa do Pedro. Foi elegante demais! Apesar de curtir muito, samba nunca foi minha praia pra cantar porque sou mais do rock pra tal, mas depois de umas cachacinhas soltei o gogó um pouquinho. Foi gostoso. Tava precisando dar uma liberada pela semana pesada no hospital. Os amigos gringos ficaram impressionados com a musicalidade brasileira. Professor João fez bonito de mestre sala dando aula de dança pros mocinhos e mocinhas. Cantei e bambei demais! Mano Anderson chegou tarde, mas não falhou em assumir a viola com a banda do Zé Pretinho pra animar a festa. E só deixamos o sambar morrer lá pelas tantas!
A festinha serviu de concentração porque os peladeiros tiveram que pular da cama pouquíssimas horas depois pra Copa do Mundo da LSE. Eu, João, Henrique, Pedro, Marcelo, Leo Silva, Sandro, Anderson e Salvo fomos a Berrylands ainda bêbados pra representar a nação. O duro é que o tempo tava horroroso demais com muito frio e muita chuva. Desculpas à parte, foi bacana termos jogados todos juntos e conseguimos morrer nas quartas, perdendo pr’um bando de moleques turcos que nos deram uma boa corrida. (Entre nós tâmo falando isso, mas, na verdade, o nosso goleiro Sandro resolveu entregar tudo na partida! Frangueiro!) Satisfação rapaziada!
Guga me veio com uma surpresa boa pra segunda: fomos ver Brad Mehldau Trio no Barbican. Meu conhecimento de jazz ainda se limita a Miles Davis, Herbie Hancock, Nina Simone e Tom Waits, mas admito que curto contanto que não seja free jazz demais. Ficamos a alguns metros da banda e o showzinho foi bom demais. O Trio até tá entando no bonde do mestre Johnny Cash, criando novas versões pra canções inesperadas pro gênero, mas eles fizeram bonito com Black Hole Sun do Soundgarden, A Day In The Life dos Beatles e Knife’s Out do Radiohead. Maravilha professor!
Na terça foi Valentine’s Day que é o nosso dia dos namorados daí. É que aqui o santo casamenteiro é outro. Coloquei uns sambinhas mais românticos no programa da rádio e depois todos os solteiros foram se encontrar no pub pr’um brinde de leve. Entre um brinde e outro, os papos desabafos começaram a rolar. Cada um começou a largar aquele pouquinho de tristeza, aquela coisinha que chora, aquele molejo de amor machucado como já dizia mestre Vinícius. Foi praticamente uma sessão de terapia em grupo e que me fez um bem danado. Ou isso ou foram os pints a mais pr’uma terça despretensiosa. Hahaha.
Francois, vulgo Francisco, comemorou seus 30 aninhos na quarta. Fomos pr'um pubzinho em New Oxford Street cujo nome não me lembro agora, mas algo tipo "My Old...". Hahaha. Obviamente que Francisco em sua elegância não ia deixar por menos. Presenteamos o rapaz com uma camisa da seleção, com Francisco e o número 5 - representando os amigos - nas costas. Bonito. Aproveitamos ainda o embalo de sábado pra cantar parabéns com cavaquinho e ainda cantar uns sambinhas. Obviamente que pub e samba não combinam e logo pediram pra ficarmos na nossa, mas valeu demais!
Eu fui convidado pra atacar de DJ na Global Crush da LSE na sexta. Foi uma festa beneficente pra levantar fundos pra algumas instituições que a LSE ajuda. Eu tinha me oferecido pra ser o primeiro DJ da noite porque rola muita pirralhada nessa festinha, mas quando cheguei lá mudaram de idéia e quiseram me colocar pra tocar às 23h. Daí pulei fora porque realmente não tava no humor pra isso. Chilique! Hahaha. Daí a sexta prometia ficar mansa, mas acabou me levando pr'um barzinho cubano perto de Waterloo. Lugarzinho simples, com música ao vivo, mas com um clima ótimo. Uma ótima descoberta.
No sábado rolou ataque ao Borough Market mais uma vez com o João e umas amigas nossas. A Bel, amiga da Syl, é chef de restaurante e está se mudando pra cá pra abrir um restaurante brasileiro chamado Mocotó. Ela preparou um jantarzinho à la Gula Gula pros mais chegados na casa do Pedro: cogumelo recheado, salada de folhas e uma massinha. Tinha tempo que não comia um prato sem algum molho na comida. Hahaha. Foí bom demais. Depois rumamos pro Notting Hill Arts Club pr'uma baladinha chamada Brazilian Love Affair, indicada pela Time Out. Essa festa rola uma vez por mês e eu já tinha até recebido e-mails de ouvintes da rádio agradecendo pela dica, mas ainda não tinha ido. O lugar é simples e pé no chão como eu gosto, lembrando até a Casa Rosa em Laranjeiras. Eu esperava que o som fosse mais original com batidas eletrônicas + músicas brasileiras, mas o DJ tocou muita coisa boa.
Hoje recebi as notas de todos aqueles trabalhos que tive que entregar quando voltei da Noruega. Fiquei bastante aliviado porque recebi "mérito" em 2 deles e "distinção" noutro, que foi justamente o que fiz nas côxas quando em 4 dias. Hahaha. É óbvio que fiquei orgulhoso por ter recebido essas notas, mas realmente teria ficado feliz se tivesse recebido um "aprovado" apenas. Eu não estou exigindo muito do meu desempenho acadêmico porque quero aproveitar a experiência de viver aqui sem deixar nada pra trás.
Nesse final de semana tô partindo pra Amsterdã com mais 7 amigos pra dar aquela respirada! Delícia!
Ah! Show de reencontro dos Mutantes com abertura da Nação Zumbi no Barbican? EU VOU! Falta só a Rita Lee confirmar presença até 22 de maio pra casa cair de vez! Luxo! Depois dou mais detalhes.
P.S.: Vou colocar mais fotos ao longo da semana. Tenho que copiá-las dos amigos porque quase não usei minha máquina.